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Conselho Português de Ressuscitação quer primeiros socorros nas escolas



Instituição defende que qualquer cidadão pode ter uma boa formação de base em Suporte Básico de Vida



O presidente do Conselho Português de Ressuscitação, Miguel Félix, anunciou, este domingo, que vai propor "a curto prazo" ao Ministério da Educação que as escolas passem a ensinar primeiros socorros.
"Está nos nossos planos fazer um contacto específico, e no curto prazo, com o Ministério da Educação para demonstrar o que se passa noutros países europeus", disse, acrescentando que a ideia é "conseguir que o Suporte Básico de Vida (SBV) faça parte do ensino de qualquer jovem que passe numa escola do ensino básico ou secundário de Portugal".
Segundo Miguel Félix, que falava à Lusa a propósito do Congresso Português de Ressuscitação, que este domingo terminou no Porto, qualquer cidadão em geral pode ter uma boa formação de base em SBV e em países como a Noruega e Reino Unido os programas estão instalados nas escolas.
"Em termos estatísticos, entre 25 a 30 pessoas por dia sofrem uma paragem cardíaca súbita. Sabemos que, potencialmente, se tudo corresse pelo melhor possível, 50 a 60% dessas pessoas poderiam sobreviver e com qualidade de vida" se fossem assistidas no imediato.
Para o responsável, a crise económica que o país atravessa, do ponto de vista da reanimação, "não preocupa absolutamente nada".
"O país precisa de qualquer coisa de motivador, positivo e optimista e a nossa mensagem é a de que qualquer cidadão consegue aprender a fazer SBV e tem o potencial e a capacidade para vir a salvar uma vida de pessoas com quem partilha o dia a dia, sendo que isso é extremamente gratificante", sublinhou.
Com a realização do congresso no Porto, o Conselho Português de Ressuscitação (CPR) percebeu que "há uma grande motivação, da parte da sociedade civil, para a aprendizagem das manobras de SBV e para a implementação deste tipo de ensino nas escolas".
A formação em SBV, explicou, é dada "em pouco mais de uma hora e meia/duas horas" e em termos de investimento "é pouco cara e tem inclusive um retorno muito importante ao nível financeiro".
"O dinheiro que os cuidados de saúde nacionais necessitam para tratar por ano as vítimas de doença cardiovascular é absolutamente maior e podia ser evitado", frisou.
Miguel Félix referiu ainda que o CPR está a lançar uma campanha nacional de sensibilização da sociedade civil para "criar um sentimento generalizado, uma consciência cívica", em torno da necessidade de promover boas práticas relacionadas com a reanimação.

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