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Artigo da revista "Sport Life"

"Salva uma vida. Aprende Primeiros Socorros" Sport Life de Fevereiro

Neste artigo, em que tive a oportunidade de colaborar, pretendi dar ênfase à importância do ensino de Primeiros Socorros e quem pode frequentar os vários tipos de formação dessa temática.

Foram dados exemplos práticos de ideias pré-concebidas, de erros comuns que podem ser corrigidos com a formação adequada.


Leia e deixe o seu feedback neste espaço.


Apesar de não ser a versão final da publicação, publico aqui uma versão do artigo (com pequenos erros, corrigidos na versão impressa)

Destaque Manual Merck



Apesar de ter esta informação disponível e em destaque na área de "Links", nunca é demais sublinhar a excelente informação disponibilizada em:  http://www.manualmerck.net/ 

É possível encontrar uma vasta informação para toda a família.

Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM)



Enfarte agudo do miocárdio, popularmente conhecido como ataque cardíaco, é o processo de morte (necrose) de parte do músculo cardíaco por falta de aporte adequado de nutrientes e oxigénio.
O coração é um órgão responsável pelo bombeamento de sangue (com substâncias energéticas) para todo o organismo. Por se tratar de um músculo em contínua actividade, as suas exigências metabólicas também são elevadas. Devido a isto, qualquer patologia que interfira na sua nutrição afectará todo o balanço energético do organismo. As consequências são diversas, podendo desde pouco interferir no funcionamento normal do corpo até a morte súbita da pessoa.
É causado pela redução do fluxo sanguíneo coronário de magnitude e duração suficiente para não ser compensado pelas reservas orgânicas.
A causa habitual da morte celular é uma isquemia (deficiência de oxigénio) no músculo cardíaco, por oclusão de uma artéria coronária. A oclusão dá-se em geral pela formação de um coágulo sobre uma área previamentelimitada por aterosclerose.
O diagnóstico definitivo de um enfarte depende da demonstração da morte celular. Este diagnóstico é feito de maneira indirecta, por sintomas que a pessoa sente, por sinais de surgem em seu corpo, por alterações num eletrocardiograma e por alterações de certas substâncias (marcadores de lesão miocárdica) no sangue.
O tratamento procura diminuir o tamanho do enfarte e reduzir as complicações pós-enfarte. Envolve cuidados gerais como repouso, monitorização intensiva da evolução da doença, uso de medicações e procedimentos chamados invasivos, como angioplastia coronária e cirurgia cardíaca. O tratamento é diferente conforme a pessoa, já que áreas diferentes quando a localização e tamanho podem ser afectadas, e resposta de cada pessoa ao enfarte ser particular.
O prognóstico, ou seja, a previsão de evolução, será tanto mais favorável quanto menor a área de enfarte e mais precoce o seu tratamento.
Texto retirado de:  http://www.enfarte.com/


Dor Torácica

A Dor torácica representa uma situação em que o miocárdio não está a receber a quantidade de oxigénio suficiente para as suas necessidades do momento.

 Normalmente esta situação deve-se a:
·      Aumento das necessidades de oxigénio: Aumento do consumo, como durante um esforço ou uma emoção.
·      Diminuição do aporte de sangue ao miocárdio: Deve-se normalmente a uma doença chamada Aterosclerose (doença inflamatória crónica na qual ocorre a formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos) que provoca diminuição do diâmetro e perda de elasticidade dos vasos.
 Estes dois factores conduzem a:
·      Diminuição do volume de sangue por diminuição do diâmetro da artéria;
·      Aumento da pressão dentro das artérias.

Angina de Peito (AP):

A AP é uma dor no peito devida ao baixo abastecimento de oxigénio (O2) ao músculo cardíaco. Sempre que aumentam as necessidades de O2 pelo miocárdio surge um quadro de dor. Normalmente o aumento da necessidade de O2 está associado a um esforço físico ou emoção.

Sinais e Sintomas da AP

Desconforto (mais habitual) ou dor no peito; o desconforto é habitualmente descrito como pressão, peso, aperto, ardor, ou sensação de choque. A dor de angina pode ser localizada principalmente no centro do peito, costas, pescoço, queixo ou ombros. A irradiação da dor ocorre, tipicamente, para os braços (esquerdo principalmente), ombros e pescoço. A angina tem normalmente factor desencadeante que pode ser excesso de stress emocional, esforço físico, uma refeição farta e temperaturas frias. A dor pode ser acompanhada por suores e náuseas em alguns casos.


Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM):

O EAM, popularmente conhecido como ataque cardíaco, é o processo de morte de parte do músculo cardíaco por falta de aporte adequado de nutrientes e oxigénio. Normalmente esta situação deve-se a uma obstrução total ou quase total da coronária.

Sinais e Sintomas do EAM

·      Dor no peito que pode não ter factor desencadeante;
·      Dor:
oGeralmente de duração prolongada;
oTipo pressão ou aperto;
oIrradiação para o pescoço, mandíbula, braço ou mão.
·     Raramente alivia com a eliminação do factor desencadeante, caso exista;
·     Tem uma duração prolongada, muitas vezes só aliviando com a instituição de tratamento médico;
·      Medo e apreensão;
·      Ventilação rápida e superficial (podendo haver dificuldade respiratória óbvia;
·      Pulso rápido e fraco;
·      Pele pálida, húmida e viscosa;
·      Naúseas e vómitos;
·      Perda de consciência. 

Cuidados de Emergência na Dor Torácica  

·     Manter um ambiente calmo e evitar que a vítima faça esforços;
·     Posicionar da forma mais confortável;
·     Manter a temperatura corporal;
·     Não dar nada a beber;

Fracturas


A fractura é toda e qualquer alteração da continuidade de um osso.


A sua abordagem no local passa pela estabilização da fractura através de imobilizações provisórias. Estas imobilizações devem ser feitas de forma correcta pois, normalmente, as fracturas por si só não põem em risco a vida da vítima mas podem agravar o seu estado.


Classificação das fracturas


As fracturas podem ser classificadas como sendo abertas, complicadas ou fechadas.

Abertas
São habitualmente designadas por fracturas expostas, estando os topos ósseos
em contacto com o exterior o que aumenta substancialmente o risco de infecção.

Complicadas

Existem feridas que, no entanto, nada têm a ver com a fractura, não estando os topos ósseos em contacto com o exterior.


Fechadas
A pele encontra-se intacta, não havendo comunicação dos topos ósseos com o exterior.                


Sinais e sintomas
Podemos suspeitar de uma fractura pelos sinais e sintomas que habitualmente acompanham este tipo de lesões:
·      Dor - Localiza-se na zona da fractura e é habitualmente intensa, diminuindo muito com a tracção e imobilização da fractura. É o sintoma mais fiel e constante;
·      Impotência funcional - A mobilidade, por vezes, pode estar presente mas é dolorosa e muito limitada;
·      Deformação - É frequente a sua existência, mas quando não está presente não exclui a hipótese de fractura;
·      Crepitação - O movimento anormal dos topos ósseos a nível de uma fractura produz uma sensação que se pode ouvir e sentir;
·      Edema (inchaço) - É resultante de uma reacção normal do organismo;
·      Exposições de topos ósseos - Habitualmente significam que o traumatismo responsável pela fractura foi de grande violência.
 Cuidados de emergência
Os cuidados de emergência das fracturas passam pela imobilização provisória o mais correcta possível, não esquecendo nunca que:
·      Numa fractura não imobilizada ou incorrectamente imobilizada as hemorragias são muito maiores;
·      A dor, sendo produzida pelo roçar dos topos ósseos uns nos outros, é tanto mais intensa quanto mais incorrecta for a imobilização da fractura;
·      As duas situações anteriores contribuem para o agravamento do estado do doente e são muitas vezes responsáveis pela sua entrada em choque.

Regras gerais de imobilização
·      Uma fractura ou suspeita de fractura deve ser sempre imobilizada;
·      Em caso de dúvida imobilizar sempre;
·      Nas fracturas dos ossos longos deve-se imobilizar sempre as articulações acima e abaixo da fractura;
·      Sempre que possível deve-se traccionar previamente a fractura antes da imobilização;
·      Em caso de fractura em articulações não deve ser feita a tracção no membro;
·      Nas fracturas abertas (expostas) deve sempre lavar-se a ferida, antes da imobilização, cobrindo a ferida ou topos ósseos com compressas humedecidas com soro fisiológico;
·      Sempre que possível as imobilizações devem ser feitas com talas de madeira (de preferência almofadadas);
·      As talas devem ser colocadas de forma firme tendo sempre em atenção o estado circulatório do membro


Entorses


Por entorse entende-se uma rotura de ligamentos (o tecido elástico resistente que liga os ossos entre si).
O tornozelo é a articulação mais frequentemente atingida, seguido do joelho, punho e as articulações dos dedos.
Uma entorse é acompanhada de dor intensa, edema (inchaço), com ou sem equimose (nódoa negra) e de impotência funcional.


Cuidados de emergência
Os principais cuidados de emergência a aplicar em caso de entorse consistem em aplicação de gelo (mantendo os mesmos cuidados descritos no capitulo das hemorragias), imobilização/estabilização com recurso a ligadura elástica, elevação do membro (ajuda a diminuir o edema) e repouso (de forma a reduzir a carga).


Luxação
Uma luxação é o deslocamento repentino e duradouro, parcial ou completo de um ou mais ossos de uma articulação. Sucede quando uma força actua directamente ou indirectamente numa articulação, empurrando o osso para uma posição anormal.
Na luxação completa, os segmentos ósseos que constituem a articulação ficam completamente desunidos, enquanto que na denominada luxação incompleta ou subluxação, a união dos segmentos ósseos é muito reduzida.
Em qualquer dos casos, o sintoma inicial é o aparecimento de dor, imediatamente após o acidente, que dificulta ou impede por completo qualquer tentativa de movimentar a articulação afectada. Ao fim de pouco tempo, a dor costuma diminuir de intensidade, voltando a aumentar de intensidade à medida que a inflamação da zona se desenvolve.


Cuidados de emergência
A luxação de uma articulação só deve ser 'reduzida' com sucesso por um técnico. Tentar reduzir uma articulação sem formação/treino adequado pode agravar ainda mais a lesão.
É importante que a articulação seja reduzida o mais rápido possível, já que, quando deslocada, o suprimento sanguíneo para a articulação (ou para a anatomia distal) pode estar comprometido. Isso é especialmente verdade no caso de um tornozelo deslocada, devido à anatomia do suprimento sanguíneo do pé.

Epilepsia (Convulsões)


A epilepsia é a causa mais frequente na origem das crises convulsivas. No entanto, existem situações em que não existe convulsão, podendo assim caracterizar-se as crises epilépticas da seguinte forma:
·      Não convulsiva (ou crise de pequeno mal) – Caracteriza-se por uma ausência breve, olhar fixo e um tremor palpebral, não reagindo à voz ou a qualquer outro estímulo.
·      Convulsiva (ou crise de grande mal) – Caracterizada por contracções musculares descoordenadas, perda de consciência e frequentemente acompanhada de incontinência de esfíncteres.
                                                                           
Sinais e sintomas

 Muitas das vítimas epilépticas têm uma chamada aura, ou pré-aviso, em que algumas vítimas referem como um cheiro, luzes, entre outras, antes da crise e podendo referir ou apresentar:
·      Cefaleias;
·      Naúseas;
·      Ranger dos dentes.
A aura é uma característica individual no epiléptico, pelo que não se pode generalizar como um sintoma comum a todas as crises convulsivas.

A crise convulsiva decorre normalmente de acordo com a sequência que se segue:
1.  Por vezes um grito violento;    
2.  Um rodar de olhos para cima;
3.  Perda de consciência à qual se segue uma queda violenta;
4.  Devido aos períodos de apneia que ocorrem durante a crise convulsiva, pode surgir cianose labial;
5.  O cerrar violento da boca dá origem por vezes à mordedura da língua, que em conjunto com o aumento da salivação, provoca o “espumar” pela boca muitas vezes acompanhado com sangue resultante da mordedura da língua;
6.  Ocorre frequentemente incontinência de esfíncteres;
7.  Ao recuperar da crise, a vítima apresenta-se no início prostrada evoluindo para a apatia, agitação e confusão.
  

Cuidados de emergência

Durante a convulsão:
·     Evitar traumatismos associados, desviando objectos;
·     Proteger extremidades e crânio da vítima;
·     Nunca tentar segurar a vítima ou contrariar as contracções;
·     Não forçar a abertura da boca ou a colocação de qualquer objecto nesta,
       durante a convulsão;
·     Desapertar roupas justas, nomeadamente gravata, colarinho, cinto, etc.
·     Esperar que a convulsão pare;
·     Apesar de durante a crise a vítima poder efectuar períodos de apneia, não
       se deve fazer insuflações.


Após a convulsão:
A vítima vai ficar inconsciente como se estivesse num sono profundo, recuperando gradualmente a consciência apresentando-se inicialmente desorientada no tempo e no espaço, deverá então:

·      Colocar a vítima em PLS (Posição Lateral de Segurança);
·      Actuar em conformidade com os traumatismos associados;
·      Manter vigilância apertada.